Aliando ensino, pesquisa e extensão e amparada nos estudos sobre letramento, especialmente de vertente crítica (Janks, 2013, 2018; Jordão e Fogaça, 2007; Menezes de Souza, 2011; Monte Mór, 2013, 2014, 2015; Mattos, 2014; Rocha, Maciel e Morgan, 2017) e nos estudos decoloniais (Quijano, 1992, 2000, 2005; Grosfoguel, 2011; Mignolo, 2011; Maldonado-Torres, 2019), por meio deste projeto pretendo explorar, analisar, avaliar e problematizar recursos de inteligência artificial (IA) na educação linguística e na formação de professores de línguas, em uma perspectiva crítica e decolonial, a partir de minhas próprias práticas enquanto professora/pesquisadora e formadora de professores no ensino superior. Mais especificamente, tem-se os seguintes objetivos: a) Planejar, executar e avaliar propostas de ação, com o auxílio de recursos de IA ou considerando usos da IA na educação linguística, que incidam na formação crítica de alunos e professores, na área de línguas, e no desenvolvimento de seus letramentos; b) analisar os possíveis propiciamentos e impactos de recursos de IA na educação linguística e no desenvolvimento dos letramentos de alunos e professores, em diferentes níveis de ensino (do ensino básico ao ensino superior) e c) evidenciar os possíveis elos teórico-práticos entre perspectivas críticas e perspectivas decoloniais na educação linguística e na formação de professores de línguas, que possam orientar o trabalho pedagógico envolvendo recursos de IA. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, participante e intervencionista, que será realizada por um período de cinco anos (01/03/2024 a 28/02/2029). A pesquisa empregará questionários, entrevistas, notas de campo, relatos ou diários, documentos, bem como produções escritas de alunos e professores na geração de dados, os quais serão analisados utilizando-se da análise de conteúdo. Com a rápida expansão da IA na atualidade, faz-se necessário ampliar o que vínhamos entendendo como letramento digital Para um uso crítico, ético e estratégico das tecnologias digitais, é preciso contemplar também habilidades dos sujeitos quanto ao uso de recursos de IA, que são cada vez mais comuns em nossa sociedade, na execução de tarefas cotidianas. Esta pesquisa se justifica, portanto, uma vez que poderá gerar propostas de trabalho na formação de alunos e professores de línguas, em cenário de expansão de recursos de IA, o que requer pensar um uso crítico e ético dessas tecnologias. Espero que os resultados alcançados possam expandir nossa compreensão acerca do letramento em IA, sob uma ótica crítica e decolonial envolvendo os estudos da linguagem e a educação básica e superior.